Fascismo italiano

O fascismo italiano foi uma ideologia de extrema-direita liderada por Benito Mussolini que levou a Itália a uma ditadura entre as décadas de 1920 e 1940 e influenciou no advento da Segunda Guerra Mundial. Defendia a soberania do Estado italiano por meio da violência e do nacionalismo extremo e tinha como características o combate ao capitalismo liberal e ao comunismo, o militarismo, o expansionismo e o culto à personalidade do ditador.

O líder do fascismo italiano, Benito Mussolini, chegou ao poder em 1922, após conduzir a Marcha sobre Roma. Por décadas, ele chefiou o Estado italiano com punho de ferro. A Itália fascista aliou-se à Alemanha Nazista de Adolf Hitler, fundando o Eixo, em 1936, aliança que lutaria na Segunda Guerra Mundial. Após frequentes derrotas, Mussolini foi capturado e executado por partisans italianos. Ele foi morto em 27 de abril de 1945, marcando o fim oficial do regime fascista na Itália.

Leia também: O que o nazismo defendia?

Resumo sobre fascismo italiano

  • O fascismo italiano foi uma ideologia política de extrema-direita que se tornou o modelo de governo na Itália entre os anos de 1922 e 1943, sob liderança de Benito Mussolini.
  • O surgimento do fascismo italiano foi motivado por diversos motivos, entre os quais, o descontentamento com as democracias, o revanchismo, e, mais tarde, a crise econômica de 1929.
  • Suas principais características consistiam no ultranacionalismo, anticomunismo, antiliberalismo, expansionismo, militarismo, entre outros.
  • Mussolini, em 1922, conduziu a Marcha sobre Roma com cerca de 50 mil fascistas “camisas negras”, a partir da qual iniciou um violento regime totalitário marcado por assassinatos e prisões em massa.
  • Sob pretexto de retomar a antiga glória romana, Mussolini invadiu diversos territórios que julgava serem de posse italiana, tanto na Europa quanto na África.
  • Em 1936, a Itália se aliou à Alemanha, fundando o Eixo.
  • Pouco tempo após o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, a Itália ou a ser frequentemente derrotada em campo de batalha, recorrendo ao auxílio da Alemanha.
  • Em 1943, Mussolini foi capturado por ordem do rei Vítor Emanuel III, mas, pouco mais de um mês mais tarde, foi resgatado por tropas paraquedistas alemãs.
  • Naquele mesmo ano, Mussolini concedeu a porção norte da Itália para Hitler na qualidade de Estado-fantoche alemão, que resistiu até o final da guerra, em maio de 1945.
  • Ao final de abril de 1945, Mussolini foi capturado e executado por partisans italianos, marcando o fim oficial do regime fascista na Itália.
  • Apesar das campanhas desastrosas durante a Segunda Guerra Mundial, o fascismo italiano foi responsável por influenciar outros países a adotarem o modelo extremista de governo, além de ter fomentado a Guerra Civil Espanhola e ocasionado aproximadamente meio milhão de mortes até 1945.

O que foi o fascismo italiano?

Na foto, Benito Mussolini, líder do fascismo italiano, inspecionando tropas. Do outro lado, o líder do nazismo, Adolf Hitler.
Na foto, Benito Mussolini, líder do fascismo italiano, inspecionando tropas. Do outro lado, o líder do nazismo, Adolf Hitler.

O fascismo italiano foi uma ideologia política de extrema-direita que resultou em um governo totalitário chefiado por Benito Mussolini entre as décadas de 1920 e 1940.

Essa ideologia, propagada pelo Partido Nacional Fascista (PNF), era fundamentada por diversos aspectos, e os principais consistiam no nacionalismo radical; o combate tanto ao capitalismo liberal quanto ao comunismo; a exaltação pela violência física; o militarismo; o expansionismo; o culto à personalidade do ditador; e a aliança às elites econômicas. Não foi por motivos aleatórios, portanto, que o fascismo se tornou um dos fundamentos ideológicos do III Reich, chefiado por Adolf Hitler.

A ideologia fascista surgiu em um momento de profundo desgosto pelas democracias, pelo liberalismo e pelo socialismo. Esse sentimento provinha da criação de bodes expiatórios que procuravam justificar o revanchismo italiano após a Primeira Guerra Mundial, oriundo da falta de compromissos firmados com a Tríplice Entente nos momentos iniciais do conflito.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Características do fascismo italiano

O fascismo italiano teve características complexas e até mesmo contraditórias. Observe abaixo alguns de seus aspectos mais importantes:

  • Nacionalismo radical 

O objetivo primário do fascismo italiano era incutir na população a exaltação do Estado acima de todos os outros aspectos, inclusive das nuances sociais. Além disso, estimulava o orgulho italiano, abalado pelas promessas vazias das potências democráticas que atraíram o país para a Tríplice Entente ao início da Primeira Guerra Mundial.

Bandeira da República Social Italiana, um símbolo do fascismo italiano.
Bandeira da República Social Italiana. Águia segurando o fascio, símbolo de autoridade romana, de onde vem o nome “fascismo”.
  • Anticomunismo 

O fascismo italiano surgiu em um momento em que a influência comunista era forte na Itália. No início da década de 1920, os fascistas obtiveram apoio dos donos de fábricas, que se sentiam ameaçados pelas reivindicações da classe operária, e dos grandes latifundiários, que temiam por uma reforma agrária e a perda de seus privilégios. Alinhada à preocupação das elites, a classe média adotou a fobia pelo comunismo e facilitou o o de Mussolini ao cargo de chefe total do Estado.

  • Revanchismo 

Até os primeiros meses da Primeira Guerra Mundial, a Itália fazia parte da Tríplice Aliança, em apoio mútuo ao Império Alemão e ao Império Austro-Húngaro. No entanto, sob a promessa de concessão de territórios por parte da Inglaterra, França e Rússia (no chamado Tratado de Londres), a Itália mudou de lado do conflito, aderindo à Tríplice Entente.

Após o término da guerra, no entanto, o governo italiano não recebeu os territórios prometidos, gerando um sentimento de traição e ressentimento entre as massas e os veteranos da guerra. O fascismo se apropriou desse sentimento para repudiar as potências vencedoras e procurar retomar a glória do ápice territorial da história italiana — o Império Romano.

  • Expansionismo e militarismo 

Para retomar a glória do Império Romano, e expandir o seu mercado nacional, era necessário que a porção territorial italiana se expandisse por meio da conquista militar. Por isso, Mussolini dedicou um forte investimento à indústria bélica e direcionou a expansão do território, tanto para as regiões não cedidas em acordo pelo Tratado de Londres quanto para o norte africano.

Com isso, a Itália dominou ou anexou diversas possessões estrangeiras, como Córsega, Dalmácia e Albânia (na Europa) e Etiópia e Líbia (na África). Apesar do pretexto expansionista, com as invasões, Mussolini procurava distrair a população italiana dos problemas internos do país, causados principalmente pela crise econômica de 1929.

  • Corporativismo 

No lugar de sindicatos livres, Mussolini fundou um sindicato “nacional” istrado pelo Partido Nacional Fascista. Por “nacional”, significava que esses sindicatos deveriam atender aos interesses do Estado, e não da classe proletária — algo disseminado pelo ditador como um flagelo da soberania italiana. Além disso, as grandes corporações eram presididas por membros do partido, permitindo que o Estado protegesse os interesses das camadas mais ricas da sociedade italiana.

  • Antiliberalismo 

Apesar de convictamente antiliberalista, Mussolini proporcionou a união entre o Estado e as grandes empresas e latifúndios, que aram a ser fiscalizados rigidamente para impedir a influência do livre mercado — postura que se tornou ainda mais enfatizada após a crise econômica de 1929, que desestabilizou os países liberalistas em acordos econômicos com os Estados Unidos. Por meio da expansão territorial, a Itália poderia também almejar a autossuficiência econômica.

  • Apologia à violência 

Para os fascistas, a violência era um aspecto vital para a reconfiguração do Estado italiano, fosse física, fosse intelectual. Isso significa que, no decorrer do governo de Mussolini, qualquer ato de resistência contra o regime era enfrentado com execuções sumárias.

  • Culto à personalidade 

Mussolini ou a ser exaltado como uma figura pública heroica. Isso ocorria por meio da falsa propaganda direcionada por panfletos, jornais, livros e rádio. O culto à sua personalidade era essencial para que o Estado conquistasse seus interesses por meio da massa de manobra, inclusive a perseguição aos “bodes expiatórios” do Estado.

Veja também: Tríplice Aliança x Tríplice Entente — alianças rivais da Primeira Guerra Mundial

O que o fascismo italiano defendia?

O fascismo italiano defendia, sobretudo, a soberania do Estado italiano por meio da violência e do nacionalismo extremo, ou seja, o ultranacionalismo. Na prática, isso significava o descaso pelos problemas sociais em prol de uma nação homogênea, ou seja, a exaltação por uma unidade nacional, mesmo que composta por classes sociais dissonantes.

Para alcançar a soberania, o Partido Nacional Fascista incentivava o militarismo, ou seja, o investimento do setor militar e a expansão de seu contingente; e a conquista de territórios que proclamava seus por direito, como aqueles prometidos pela Entente por meio do Tratado de Londres. Esses domínios ocorreram de forma violenta, reprimindo os povos das áreas em questão por meio de inúmeros aprisionamentos e assassinatos.

A expansão, ao mesmo tempo, incentivaria o mercado interno: para Mussolini, a Itália deveria ser economicamente autárquica e autossuficiente, principalmente a fim de diminuir o impacto de crises econômicas externas, a exemplo da crise de 1929. A configuração dos objetivos estipulados pelos fascistas italianos era mantida por um forte incentivo à obediência.

Com a consolidação do nazismo sobre a Alemanha na década de 1930, o regime de Mussolini ou a exercer métodos mais rigorosos para defender o darwinismo social e, com isso, a perseguição racial e o antissemitismo (ainda que não adotasse sistemas de extermínio em massa, algo que refletiu em atritos ideológicos entre Mussolini e Hitler).

Soldado nazista em pôster italiano de 1944, uma amostra da aliança entre fascismo italiano e nazismo alemão.
“A Alemanha é realmente a sua amiga”, anuncia pôster italiano de 1944. Itália e Alemanha foram aliados na Segunda Guerra.[1]

No ano de 1936, Itália e Alemanha se aliaram, fundando o Eixo, e se prepararam para o que viria a ser a Segunda Guerra Mundial.

Mussolini e o fascismo italiano

Benito Mussolini, nascido em 1883 na cidade de Predappio, Itália, tinha uma personalidade agressiva desde muito jovem, algo que resultou em expulsões de instituições de ensino durante a sua infância e adolescência.

Por influência do pai, o socialista Alessandro Mussolini, Benito ou a defender as teorias políticas progressistas por meio de artigos de jornais durante os primeiros anos do século XX, chegando até mesmo a se filiar ao Partido Socialista Italiano. No entanto, a sua percepção contraditória da ideologia levou à sua expulsão do partido em 1914, principalmente após defender publicamente o envolvimento da Itália na Grande Guerra.

Em 1915, voluntariou-se para lutar pela Itália contra os alemães e os austro-húngaros, principalmente, os quais ele acreditava impedirem a ascensão de uma classe trabalhadora devido à sua hegemonia burguesa na sociedade. Após a guerra, com o não cumprimento do Tratado de Londres por parte das potências da Entente, ou a nutrir ódio contra as democracias e contra suas antigas convicções progressistas.

Por meio de discursos revanchistas, angariou diversos aliados e se tornou precursor do movimento fascista, do qual liderou cerca de 50 mil camisas negras na Marcha sobre Roma, em outubro de 1922, e, doravante, obteve poderes ditatoriais sobre a Itália.

O fundador do fascismo italiano, Benito Mussolini, rodeado pelos “camisas negras” em 1922.
Mussolini (ao centro), rodeado pelos “camisas negras”, poucos dias antes da Marcha sobre Roma, em 1922.

Por décadas, Mussolini chefiou o Estado com punho de ferro, ocasionando em até cerca de meio milhão de mortes, entre assassinatos, invasões coloniais e o combate contra os Aliados durante a Segunda Guerra Mundial.

Apesar dos grandes planos expansionistas, entretanto, as forças italianas de combate sofreram inúmeras derrotas desde os primeiros combates contra os Aliados, rendendo-se antecipadamente da guerra, em 1943. Nesse ano, Mussolini foi preso em julho, em Gran Sasso, por ordem do rei italiano Vitor Emanuel III, mas foi resgatado por tropas paraquedistas alemãs cerca de um mês e meio mais tarde, na chamada Operação Carvalho.

Apesar de a Itália ter se rendido oficialmente em 1943, Mussolini concedeu o norte italiano, ainda não ocupado pelos Aliados, à Alemanha. Esse resquício do Estado fascista, nomeado República Social Italiana, durou até maio de 1945, quando os alemães se renderam oficialmente na campanha italiana.

Corpos de Mussolini, sua amante e de outros líderes do fascismo italiano pendurados em uma praça.
Mussolini (segundo à esq.), Clara Petacci (terceira à esq.) e seus aliados foram fuzilados e pendurados na Piazza de Loreto.

Poucos dias antes do término da República Social Italiana, em 27 de abril de 1945, Mussolini e sua amante, Clara Petacci, foram capturados por partisans italianos enquanto tentavam fugir para a Suíça. No dia seguinte, ambos foram fuzilados na cidade de Milão, e seus corpos, pendurados de ponta cabeça na Piazza de Loreto, juntos de outros fascistas recém-executados.

→ Videoaula sobre Mussolini e fascismo italiano

Fim do fascismo italiano

Apesar de a Itália ter se rendido aos Aliados em julho de 1943, após a prisão de Mussolini por decreto do rei Vítor Emanuel III, o fascismo no país resistiu por meio da fundação da República Social Italiana. Esse governo, constituído na porção norte da Itália, resistiu até os momentos finais da guerra, apesar de não ser formado majoritariamente por tropas italianas, mas alemãs, ao o que foi concedido a Hitler na qualidade de Estado-fantoche nazista.

As primeiras derrotas de grande impacto para a Itália ocorreram nos primeiros anos da guerra, ainda em 1940, em solo balcânico: ao invadir a Grécia a partir da Albânia, os fascistas foram repelidos pelos gregos e britânicos, recorrendo ao auxílio de tropas alemãs. No ano seguinte, ao norte africano, as tropas italianas recuaram diante do avanço britânico na Líbia, e, em 1942, foram derrotadas junto dos alemães na Segunda Batalha de El Alamein, no Egito (o que significou, pouco tempo depois, o fim da campanha do Eixo na África).

Em 1943, os Aliados desembarcaram no sul italiano, onde a resistência antifascista era mais influente e fortalecida, inclusive por chefes da máfia siciliana e da máfia ítalo-americana.

A incursão rumo ao norte do país, apesar de inicialmente ser composta por tropas norte-americanas, britânicas e canadenses, recebeu em julho de 1944 o apoio militar da Força Expedicionária Brasileira, cuja missão primária foi neutralizar a artilharia do Eixo na região dos Apeninos Setentrionais e garantir, assim, um avanço seguro para as tropas britânicas acuadas ao centro da península.

A Itália Fascista resistiu até os momentos finais da guerra, apesar de contar principalmente com o engajamento de tropas alemãs: em 2 de maio de 1945, a República Social Italiana se rendeu oficialmente, poucos dias após a morte do ditador Benito Mussolini.

Consequências do fascismo italiano

O fascismo italiano trouxe consequências devastadoras não apenas para a Itália, mas também para o mundo. Confira abaixo as principais dessas consequências:

→ Guerra Civil Espanhola

Entre 1936 e 1939, a Espanha tornou-se palco de uma intensa guerra civil entre republicanos (formados por socialistas, anarquistas e outros grupos progressistas) e nacionalistas (representados pelo regime fascista do general Francisco Franco). Na ocasião, Itália e Alemanha utilizaram o cenário espanhol de laboratório para os seus armamentos, veículos e combatentes a favor do ditador Franco. Mussolini cedeu cerca de 50 mil soldados, aviões, navios, blindados e outros veículos, além de apoio logístico e suprimentos.

Graças ao apoio do Eixo, Francisco Franco se tornou vitorioso e governou a Espanha com punho de ferro até a data de sua morte, em 1975.

  • Disseminação do fascismo pelo mundo 

A Itália, apesar de representar o primeiro Estado fascista, não foi o único. A Europa foi a mais influenciada: Alemanha, Espanha, Portugal, Áustria, Hungria, Romênia e Albânia adotaram regimes confessadamente fascistas ou adaptados ao modelo.

Entretanto, muitas outras nações obtiveram forte influência de partidos fascistas, como na Inglaterra, França, Finlândia, Bélgica e Holanda. Na América, a influência alcançou até mesmo grupos de direita na Argentina, Chile e Brasil; por aqui, foi representada pela Ação Integralista Brasileira, proibida pelo presidente Getúlio Vargas em 1937.

  • Perdas humanas 

O regime fascista de Mussolini resultou em quase meio milhão de mortes durante o seu governo. Estima-se que tenha cooperado com a deportação de sete mil judeus italianos aos campos de concentração e extermínio nazistas e gerado mais de 30 mil baixas de africanos na campanha de colonização da Abissínia. A participação da Itália na Segunda Guerra Mundial resultou em mais de 400 mil mortes, entre combatentes e civis (apenas entre os italianos).

  • Crise econômica italiana 

A Itália enfrentou uma grave crise econômica oriunda da guerra. A destruição de fábricas, o desemprego, a deficiência na mão de obra, a fome e a inflação, assim como a grande maioria dos países afetados pela guerra no contexto, resultaram em uma lenta recuperação da economia italiana. Por intermédio dos empréstimos e subsídios concedidos pelo Plano Marshall norte-americano, a Itália pôde retomar sua produção industrial e certo alívio econômico a partir da década de 1950.

  • República democrática italiana 

A queda do regime fascista na Itália incentivou a criação de uma república democrática, promulgada em 1946. A medida pôs fim à monarquia e resultou na promulgação da Constituição de 1948.

Saiba mais: Antifascismo — do período entreguerras à sua atuação hoje

Exercícios resolvidos sobre fascismo italiano

1. (Unicamp-SP) Pode-se dizer que o fascismo italiano foi a primeira ditadura de direita que dominou um país europeu: ele era uma colagem de diversas ideias políticas e filosóficas. É possível conceber um movimento totalitário que consiga juntar monarquia e revolução, exército real e milícia pessoal de Mussolini, os privilégios concedidos à Igreja e uma educação estatal que exaltava a violência e o livre mercado?

(Adaptado de Umberto Eco, “O Fascismo Eterno”, em Cinco Escritos Morais. Rio de Janeiro: Record, 2010, p. 29-38.)

A partir da leitura do texto do escritor italiano Umberto Eco (1932-2016), é correto afirmar que o fascismo italiano:

a) era marcado pela política de integração europeia, eliminação de fronteiras nacionais e produção regulada pelo Estado.

b) resultou da combinação de ideários político-filosóficos inicialmente incompatíveis, valendo-se da

violência como instrumento político.

c) era uma ditadura de direita que serviu de modelo para países como Espanha, Portugal, Brasil e Estados Unidos.

d) tinha como centro a figura de Mussolini, um homem carismático que assumia o papel de líder religioso e político.

Resposta: B. De acordo com o texto, as características políticas e filosóficas da ideologia fascista, em seus primeiros momentos, contradiziam-se e não tinham uma definição intelectual bem definida. O movimento só ou a adquirir um perfil identitário sólido com o ar dos anos de regime exercido por Mussolini.

2. (UEPG-PR, adapt.) O fascismo, na Itália, correspondeu a um movimento político totalitário e totalizante que se caracterizou por uma resposta do capital nacional italiano ao crescimento dos movimentos populares (em especial, os comunistas) naquele país na década de 1920. Adotando uma prática econômica corporativa e sendo incisivo na afirmação da identidade nacional, o fascismo italiano teve em Benito Mussolini o seu principal líder. A respeito desse tema, assinale a afirmação correta.

a) A Carta del Lavoro, documento que estabeleceu a legislação trabalhista italiana, teve como inspiração o modelo implantado no Brasil durante o Estado Novo de Getúlio Vargas.
b) Mussolini construiu a imagem de líder carismático, capaz de salvar a Itália de seus problemas políticos e econômicos derivados do processo de unificação e da expropriação produzida pela I Guerra Mundial.

c) Apesar de ter participado da II Guerra Mundial, Mussolini era totalmente contra a militarização nacional. Uma das primeiras ações do líder fascista ao chegar ao poder foi acabar com a obrigatoriedade do serviço militar na Itália.

d) O movimento que pôs fim ao fascismo na Itália teve na "Marcha sobre Roma" o seu ato derradeiro. Nesse episódio, os grupos populares contrários ao governo de Mussolini, depam o chefe da nação e o executaram em praça pública.

Resposta: B. O “culto de personalidade” criado ao redor da imagem de Benito Mussolini resultou em uma falsa impressão de segurança entre os pró-fascistas italianos, que aram a depositar em sua figura a esperança de adquirir, por meios violentos, os territórios que julgavam ser de direito do país.

Créditos da imagem

[1] Wikimedia Commons

Fontes

ANNUSEK, Greg. Hitler e o resgate de Mussolini: uma das mais célebres operações de guerra do século XX. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.

CARDONA, Gabriel; GONZÁLEZ, Óscar; VÁZQUEZ, Juan. Hora da virada: Aliados desembarcam na Itália. Coleção 70° aniversário da II Guerra Mundial. São Paulo: Abril Coleções, v.19, 2009.

GILBERT, Adrian; ADAMS, Simon; FARNDON, John, et al. O livro da Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2024.

LOSADA, Juan C.; VÁZQUEZ, Juan. Mussolini sonha com um novo império. Coleção 70° aniversário da II Guerra Mundial. São Paulo: Abril Coleções, v.8, 2009.

PAXTON, Robert. A anatomia do fascismo. São Paulo: Paz e Terra, 2007.

Publicado por Cassio Remus de Paula

Videoaulas

Artigos Relacionados

Adolf Hitler
e e descubra detalhes da vida de Adolf Hitler, o líder do partido nazista. Entenda como foi a vida do homem responsável pela morte de milhões.
Afrika Korps
Descubra o que foi a Afrika Korps e que importância ela teve, no contexto da Segunda Guerra Mundial, no continente africano.
Antifascismo
Clique no link e saiba mais sobre antifascismo. Entenda o que é o antifascismo, quando surgiu, e confira as principais ações antifascistas.
Antissemitismo
Clique aqui para entender o que é antissemitismo, qual a origem do termo, o que são povos de origem semita e o porquê de os judeus serem tão hostilizados.
Benito Mussolini
Clique aqui e conheça a vida de Benito Mussolini. Saiba detalhes da sua juventude e entenda como ele ascendeu ao poder italiano e como caiu dele, em 1945.
Brasil na Segunda Guerra Mundial
Entenda a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial com o envio de 25 mil soldados da Força Expedicionária Brasileira.
Campos de concentração
Clique para ar este texto do Mundo Educação que traz informações a respeito dos campos de concentração nazistas.
Fascismo
Clique para entender o que é fascismo. Conheça aqui a história desse movimento, as suas características, o que é neofascismo e também a história de ascensão do fascismo italiano.
Francisco Franco
Saiba quem foi Francisco Franco e qual era a sua ligação com as causas da Guerra Civil Espanhola.
Guerra Civil Espanhola
e o site e conheça quais foram os antecedentes da Guerra Civil Espanhola. Entenda a participação nazifascista na guerra. Acompanhe as consequências do conflito.
Holocausto
e o site e veja o que foi o Holocausto e como os judeus foram perseguidos e mortos pelos nazistas. Conheça a Solução Final de Hitler contra os judeus.
Marcha sobre Roma
Clique no link e e este texto que fala sobre a Marcha sobre Roma, acontecimento que resultou na nomeação de Benito Mussolini como primeiro-ministro da Itália.
Nazismo
Você sabe o que foi o nazismo? Clique aqui e entenda o que ele foi, como surgiu, onde se encaixava no espectro político e como promoveu o Holocausto.
Plano Marshall
e o site e conheça mais sobre o Plano Marshall. Veja como esse plano colaborou para a reconstrução europeia e evitou o avanço da União Soviética no continente.
Primeira Guerra Mundial
Clique para conferir tudo o que você precisa saber sobre a Primeira Guerra Mundial: suas causas, países envolvidos, fases e consequências.
Segunda Guerra Mundial
e o site e veja os motivos da Segunda Guerra Mundial. Acompanhe as fases do conflito e seus combatentes. Veja as consequências da guerra para o mundo pós-1945.
Solução Final: o plano de extermínio dos judeus
Você sabe o que foi a Solução Final? Entenda como foi arquitetado esse que foi o plano nazista de extermínio dos judeus na Europa.
Totalitarismo
Clique neste link e entenda o conceito de totalitarismo, onde e quando ele ocorreu e quais suas principais características.